Ora um dos episódios que assisti esta semana está relacionado com a falta de compreensão relativamente a uma questão filosófica/retórica. As pessoas envolvidas têm uma certa diferença de idade e um percurso não só pessoal como profissional diferente. A pessoa A (chamemos-lhe assim) interpelou a pessoa B sobre a validade das suas palavras. A pessoa B explica novamente o seu ponto de vista e prossegue a actividade que realizava anteriormente. E é agora que a situação começa a complicar-se.
Um conselho: Quando estamos a refutar uma ideia e a apresentar uma argumentação sólida, é meio caminho andado para o insucesso se acrescentarmos experiências pessoais. Primeiro porque o que acontece na nossa vida, ainda que seja provável que aconteça a muita gente, não é algo universal. E segundo porque quando falamos de algo que nos é próximo, a capacidade emocional manifesta-se. Os sentimentos atrapalham quando estamos a tentar persuadir a pessoa a acreditar no nosso discurso.
A pessoa A, tomada pelas emoções, acabou por falar demais. E quando digo falar demais, não me refiro a ser mal educada mas a ir buscar um assunto que nada tinha a ver com o que estava a ser discutido naquele momento. Se analisarmos a maior parte das discussões, tal acontece frequentemente. Começa por ser abordado um assunto e a discussão vai subindo de tom até as pessoas se esquecerem do que falavam num emaranhado de argumentos que saíram, muitos deles recalcados de outros tempos.
Existe uma grande diferença entre ouvir e aceitar. Mas isso fica para uma outra altura...
Até à próxima